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Povoamento: 8 de abril de 1763
Fundação/Emancipação: 23 de outubro de 1880
População: 255.762 habitantes (Estimativa de 2008/IBGE)
Área total: 497,82 km²
Área Urbana: 121,37 km²
Área Rural: 376,45 km²
Taxa de crescimento populacional: 2,19% (2006)
Densidade demográfica: 544 habitantes/km² (2006)
Eleitores: 159.638 (Homens: 77.006 - Mulheres: 82.632 - Jovens (entre 16 e 18 anos): 1.943 - Analfabetos: 2.717)
Relevo: Coxilhado
Clima: Subtropical
Hidrografia: O município é banhado pelo rio Gravataí. Parte do município pertence à Área de Proteção Ambiental do Banhado Grande.
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A História de Gravataí começa oficialmente em abril de 1763, com a fundação da Aldeia de Nossa Senhora dos Anjos, no entanto, o contexto de sua introdução na História do Rio Grande do Sul é um pouco anterior a esta data e não podemos ignorá-lo.
Como a Coroa Portuguesa estava expandindo seus domínios ao sul do continente americano, costumava povoá-lo concedendo cartas de sesmarias a quem já habitava estas terras. Foi o caso de Pedro Gonçalves Sandoval, natural de Lima, no Peru, que recebeu a primeira sesmaria, pois já habitava o chamado rincão de Gravataí, nos campos de Viamão. Ainda na mesma época, o capitão João Lourenço Veloso também recebia autorização de posse das terras que habitava no mesmo rincão, mais a nordeste, próximo ao morro ltacolomi. Parte destas terras seria comprada pela coroa portuguesa para assentamento da então Aldeia dos Anjos. Era o primeiro arranchamento da aldeia, transferido posteriormente para as atuais terras centrais de Gravataí. A fundação da Aldeia dos Anjos está inserida no ambiente de disputa ibérica pela posse do território ao sul da América.
Portugal e Espanha, desde tempos pré-coloniais, abancavam um no território de outro. Chegavam assim, ao Tratado de Madrid, de 1750, estipulando que Portugal devolveria a Colônia de Sacramento, fundada em território espanhol em troca dos Sete Povos das Missões, mais a nordeste. Para ocupar a região trocada, os portugueses trariam colonos do arquipélago dos Açores, conjunto de nove ilhas no meio do Oceano Atlântico, que estava superpovoado. O Tratado não se efetivou, pois os índios que habitavam os Sete Povos negavam-se a sair de suas terras, resultando então a Guerra Guaranítica.
Em conseqüência desse conflito, milhares de guaranis fugiram para o território português, concentrando-se nas imediações do Rio Pardo, atual Santa Maria.
Deste contingente de refugiados, cerca de mil índios guaranis foram trazidos pelo Capitão Antônio Pinto Carneiro para as proximidades do Rio Gravataí, em 1762, iniciando o povoamento da emergente Aldeia dos Anjos. Assim, a Aldeia já existia de fato antes de sua fundação oficial.
Coma confusão gerada na região missioneira, os colonos açorianos foram ocupando outras áreas Vale do Rio Jacuí, litoral norte e o Vale do Rio Gravataí.
As primeiras concessões de terras em território gravataiense por açorianos, datam de 1772. A Aldeia dos Anjos teria seu período de apogeu a partir de 1772 com a chegada de José Marcelino de Figueiredo, Governador da Província de São Pedro, que urbanizou o aldeamento, construindo escolas, olarias e moinhos. Em 1795, foi desmembrada da Freguesia de Nossa Senhora da Conceição de Viamão e, em 1806, elevada à categoria de Freguesia, ou seja, distrito de Porto Alegre.
Outra data significativa para os destinos da antiga Aldeia dos Anjos foi 1880, pela Lei de 11 de junho, emancipando-se de Porto Alegre, ganhando a condição de Vila e passando a chamar-se, Vila de Nossa Senhora dos Anjos de Gravataí.
As últimas décadas do século XIX registraram um significativo desenvolvimento para a cidade, sobretudo a partir do cultivo da mandioca, sendo inclusive a farinha, exportada para outras partes do país e também para o exterior, através do Passo das Canoas.
A farinha de mandioca garantiu desenvolvimento econômico para o município até a primeira metade do século XX. Na década de 30, assumiria o governo do município o Dr. José Loureiro da Silva, configurando nova fase desenvolvimentista para Gravataí. Entre as suas principais realizações estão a implantação do sistema de energia elétrica na cidade, o alargamento e calçamento das primeiras ruas, a construção da faixa ligando Gravataí a Porto Alegre e o projeto urbanístico atual do centro da cidade.
Novo marco na História municipal viria nas décadas de 60 e 70 com a instalação das primeiras indústrias e a criação do Distrito Industrial e construção da FREE-WAY, com acesso à Gravataí.
Outra grande conquista para o município, foi a instalação do Complexo Industrial da General Motors, uma das indústrias mais bem estruturadas do mundo. O anúncio da sua instalação foi feito dia 17.03.1997, data que ficará como marco de desenvolvimento do município, visto que esta grande empresa veio juntar-se ao Parque Industrial de grande porte e ao comércio bastante desenvolvido da cidade. Gravataí já se encontra numa situação privilegiada como um dos maiores e mais importante município da Região Metropolitana.
Exerceram as funções de presidente os seguintes vereadores:
1880 - Major Bernardo Joaquim Ferreira
1883 - Coronel Antonio Rodrigues da Fonseca
1887 - Manoel Antonio Ramos
1888 - João Francisco Soares Lima
1889 - Capitão Horácio Antonio Gomes
A partir de 1890 o executivo passou a ser exercido pelos seguintes Intendentes:
1890-1891 - João Maria da Fonseca
1892 - Tenente Coronel Bernardo Joaquim Ferreira
1893 - Leonel de Vargas
1894-1898 - Capitão Juvêncio Xavier de Abreu
1899-1908 - Antonio Afonso de Jesus (1906 - Jorge Lessa - assumiu interinamente)
1909-1912 - Ernesto Antonio Gomes
1913-1922 - João de Azevedo Barbosa Filho (Reeleito permaneceu até 1926)
1927-1930 - Demétrio Alves da Silva
A partir de 1930, assumiram os seguintes prefeitos nomeados:
1931 - João Candido Machado
1931-1933 - José Loureiro da Silva
1934-1935 - José Marques Viana
1936 - Dr. Vitor Hugo Ludwig
1937-1946 - Ary Tubbs
1946-1948 - Anápio Gomes
1949-1951 - Cincinato Jardim do Valle
1951 - Acelyno Francisco de Medeiros - presidente da Câmara, exerceu o mandato por dois meses
Prefeitos eleitos pelo voto direto:
1952-1953 - José Linck
1954-1955 - Alcides Leal da Rosa
1956-1959 - Alfredo Emilio Allem
1960-1963 - José Linck
1964-1968 - Dorival Cândido Luz de Oliveira
1969-1972 - Lídio da Silveira Peixoto
1973-1976 - Dorival Cândido Luz de Oliveira
1977-1982 - Ely Francisco Correa
1983-1988 - Abílio Alves dos Santos
1989-1992 - José Mariano Garcia da Mota
1993-1996 - Edir Pedro de Oliveira
1997-2000 - Daniel Luiz Bordignon
2001-2004 - Daniel Luiz Bordignon (reeleito)
2005-2008 - Sérgio Stasinski
2009-2011 - Rita Sanco (impeachment)
2011(Outubro) - Nadir Rocha
2011-2012 - Acimar Silva
2013-2016 - Marco Alba
2017-2020 - Marco Alba (reeleito)
2021-Atual - Luiz Zaffalon
HINO
Estribilho:
Salve o rio que nos dá vida
E o povo que vive aqui.
Hoje e sempre cantaremos,
Salve, salve, Gravataí.
Já são mais de dois séculos de história.
Com trabalho, progresso e cultura.
Recebendo de braços abertos
O imigrante e a quem te procura.
Eis o Morro do Itacolomi.
Do brasão o marco natural.
Donde se vê a cidade que cresce.
Ao lado o pólo industrial.
De uma aldeia indígena surgiu.
E foi berço do povo guarani.
Tens na fonte a herança do índio.
E dos filhos grande amor por ti.
Letra: Célia Silva Jachemet
Música: Agostinho Normélio Ruschel
Orla do Rio Gravataí
Inaugurada em 2020 e localizada no bairro Parque dos Anjos, às margens do Rio Gravataí, a Orla do Rio Gravataí é um lugar repleto de luz natural, para se ter ótimo contato com a natureza e diversas atividades recreativas para aproveitar o tempo com a família e amigos, como caminhadas, ciclismo e até mesmos aparelhos para exercício físico. A área é um exemplo de como é possível conciliar o desenvolvimento urbano com a proteção dos recursos naturais. A Orla do Rio Gravataí é um valioso ecossistema que abriga uma rica biodiversidade, com flora e fauna nativas. Ao preservarmos esse ambiente, garantimos a conservação das espécies, a manutenção do equilíbrio ecológico e a proteção dos recursos naturais.
Capelinha Santa Cruz
A Capela Santa Cruz, chamada carinhosamente de Capelinha, está localizada na Travessa Otávio Chiavaro, 40, no Centro de Gravataí, e possui uma história marcada pela devoção dos habitantes locais. A cruz, feita pelos indígenas, foi colocada no campo pertencente à igreja, e a aldeia foi consagrada à Nossa Senhora dos Anjos. Durante tempos difíceis, as famílias se reuniam na capela para rezar o terço e pedir proteção. Devido a isso, uma pequena capela foi construída para abrigar a cruz e se tornou um local de devoção, onde as pessoas visitavam, acendiam velas e rezavam o terço. A capela, com o estilo inspirado na arquitetura românica, passou por duas restaurações, em 1909 e 1983. A Capela Santa Cruz é um testemunho da devoção e da preservação histórica da comunidade ao longo dos séculos.
Igreja Matriz
Localizada na rua Cônego Pedro Wagner, 717, no Centro, Gravataí, a Aldeia dos Anjos teve sua construção foi iniciada em 1774. Inicialmente, ela não possuía um templo religioso, e os ofícios religiosos eram realizados na Capela de Viamão. No início do século XIX, as obras da atual Igreja começaram e foram concluídas em 1855. Os sinos foram trazidos das Missões jesuíticas em uma longa viagem de carreta. Na frente da igreja eram realizadas as Festas do Divino Espírito Santo, de origem açoriana. O prédio possui um estilo barroco português. tijolos do Império e da casa dos sinos foram reutilizados na construção da Escola Dom Feliciano.
Fonte do Forno
Localizada na R. Nossa Sra. dos Anjos, no Centro de Gravataí, a Fonte do Forno existe desde o século 19. A Fonte do Forno de Gravataí foi fundamental para abastecer a região durante a construção da cidade. Além de fornecer água, a fonte era cercada por uma lenda local de que quem bebesse de sua água nunca deixaria Gravataí, surgindo o conhecido ditado “A fonte de quem bebe fica”. Sua estrutura foi projetada de forma semelhante a um forno de assar, coberta por uma abóbada de cal, areia e tijolos. Ela passou por uma reforma em 2010. e atualmente, a Fonte do Forno, com seus 151 anos de história, é um importante ponto histórico e turístico da cidade, tombada como Patrimônio Histórico de Gravataí.
Casa dos Açores
A Casa dos Açores teve sua origem na década de 80 pelas atividades culturais promovidas pelo Governo da Região Autônoma dos Açores. Gaúchos, incluindo moradores de Gravataí, participaram de intercâmbios culturais nos Açores e se interessaram em promover a cultura de seus antepassados ilhéus, levando à criação da Casa dos Açores. A Casa dos Açores do Estado do Rio Grande do Sul é protegida por lei de tombamento. Aberta para visitação e eventos, oferece visitas guiadas para alunos, promove atividades culturais e estabelece parcerias com os municípios de origem açoriana. A instituição oferece visitas guiadas para alunos de diversas faixas etárias e modalidades de ensino e também promove atividades nas áreas de literatura, história, genealogia, artes plásticas, artesanato, teatro, folclore, música e outros segmentos. Além disso, estabelece parcerias em projetos culturais com outros municípios de origem açoriana no Rio Grande do Sul.
Gravataí