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Governo zera taxa de importação de arroz

A Câmara de Comércio Exterior (Camex), que é ligada ao Ministério da Economia, decidiu nesta quinta-feira zerar a alíquota do imposto de importação para o arroz em casca e beneficiado até 31 de dezembro deste ano. A medida foi tomada para tentar conter a alta no preço do produto, que disparou sobretudo nas últimas semanas.

O pacote de 5 quilos de arroz chegou a custar R$ 40 em supermercados de algumas regiões do país. O feijão, dependendo do tipo, subiu mais de 30% no ano, segundo dados da inflação oficial. O leite longa vida ficou 22,99% mais caro, e o óleo de soja, 18,63%. Segundo analistas, alguns fatores explicam a alta no preço de alimentos básicos:

 

Dólar: o dólar alto faz com que muitos produtores prefiram exportar os produtos, ganhando em dólar, a vender no mercado interno. Com menos oferta de alimentos no mercado doméstico, os preços aqui sobem.

Pandemia: por causa do isolamento social, houve redução no consumo de alimentos fora de casa e, consequentemente, aumentaram as compras para consumo na residência.

Auxílio emergencial: a ajuda de R$ 600 paga pelo governo foi direcionada, em geral, para a população mais pobre, que concentra mais suas compras em produtos básicos, como alimentos.

China: por causa da pandemia, os países estão refazendo seus estoques de alimentos, sobretudo a China, maior parceiro comercial do Brasil. Novamente, são menos produtos no mercado interno, o que faz com que os preços subam.

Combustíveis: os preços dos combustíveis também estão subindo, o que encarece a logística de distribuição de produto

 

Governo emitiu notificação por causa da disparada de preços

Nesta quarta-feira, a Secretaria Nacional do Consumidor, do Ministério da Justiça e Segurança Pública, notificou a Associação Brasileira de Supermercados e representantes de produtores para explicarem a alta nos preços de alimentos que compõem a cesta básica. Eles têm cinco dias, a partir do recebimento da notificação, para prestar os esclarecimentos.  

"Não podemos falar em preços abusivos sem antes avaliar toda cadeia de produção e as oscilações decorrentes da pandemia. Por essa razão, o Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor expediu ofícios para o levantamento de dados que são necessários para aferir qualquer abusividade", afirmou a secretária nacional do consumidor, Juliana Domingues.

Se houver indícios concretos de abuso de preço, a secretaria informou que poderá fazer uma investigação e aplicar sanções administrativas aos casos como "infrações aos direitos dos consumidores". Neste caso, as multas podem passar dos R$ 10 milhões.

 

Inflação

Puxada pelo preço dos alimentos e da gasolina, a inflação oficial do país, medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), ficou em 0,24% em agosto — a mais alta para o mês desde 2016, embora tenha desacelerado em relação a julho (0,36%), segundo dados divulgados hoje pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).



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